Acompanhe abaixo a entrevista que concedi para o blog do jornalista Roberto Kenard
Pergunta – No primeiro mandato de deputado federal, e ainda sem concluí-lo, o senhor apareceu todo o tempo entre os quatro melhores deputados do país. O que faz alguém deixar um mandato assim avaliado e se lançar numa disputa incerta ao Governo do Maranhão?
Flávio Dino – Compromisso! Compromisso e um forte sentimento de que é necessário contribuir ainda mais para uma mudança efetiva na realidade maranhense. O Maranhão pode ser diferente, pode ser um estado em que haja justiça para todos, em que o desenvolvimento seja verdadeiro, assegurando condições de vida digna para toda a população. A disputa é de fato incerta, mas não apenas para mim. É incerta para todos os candidatos, uma vez que o povo é quem decidirá, em outubro. Tenho convicção de que é possível construir uma grande vitória política, que é possível vencer as eleições.
P – O senhor acredita que Roseana Sarney perde essa eleição, mesmo sabendo que o uso da máquina no Maranhão é acachapante e praticamente uma tradição?
FD – Essa é uma prática que precisa ser duramente combatida pela Justiça Eleitoral. A propósito, tenho dito que nós precisamos proclamar a república aqui no Maranhão, tamanha é a confusão que se faz entre público e privado. Acho que é possível vencer, portanto que é possível derrotar a governadora Roseana Sarney Murad nessa sua quarta disputa pelo governo do Maranhão. Ela representa um bloco político que não tem mais o que dizer, que não conseguiu criar uma alternativa consistente de progresso para o Maranhão. O sentimento de renovação e mudança irá prevalecer.
P – Petistas aliados seus em 2008, na disputa pela Prefeitura de São Luís, mudaram de malas e bagagens para o lado da governadora Roseana Sarney em detrimento da aliança com o PCdoB. Que avaliação faz dessa mudança?
FD – É uma lamentável incoerência. Nossa aliança em 2008 era visando um projeto que não se esgotava numa eleição. Várias vezes conversamos com esses companheiros sobre a natureza estratégica de nossa aliança. É uma pena que hoje tenham optado por um poder decadente, abandonando a perspectiva de uma profunda mudança na política maranhense. Vivemos um momento agudo da nossa história, um momento em que é possível virar a página, escrever uma nova página, e esses companheiros a quem você se refere poderiam dar uma grande contribuição para o Maranhão acompanhar o Brasil em seu processo de desenvolvimento com justiça social.
P – Vamos supor que o PT nacional trate de invalidar a decisão da maioria petista que no Encontro de Táticas escolheu a aliança com o PCdoB. Petista na juventude e aliado não-fisiológico do Governo Lula na Câmara, o senhor tomaria que decisão?
FD – Não creio que o PT nacional irá cometer um ato contrário à lei, aos seus estatutos e à democracia interna. Mas se isso acontecer, se depender somente de mim seguirei adiante, porque a candidatura é resultado do anseio de forças vivas da sociedade, de partidos políticos como o PCdoB, meu partido, o PSB, da imensa maioria do próprio PT e dos movimentos sociais do Maranhão.
P – A campanha ainda nem começou e as baixarias contra o senhor já são visíveis, inclusive com apelações grotescas. Na campanha, como o senhor pretende encarar isso?
FD – Realmente estou impressionado com o nível de pânico e desorientação dos nossos adversários. Uma política de ódio, que nada traz de positivo. Lamento muito que isso ocorra. Na campanha para a prefeitura em 2008 apelaram para todo tipo de baixaria, mas não conseguiram conter o crescimento de nossa candidatura, que saiu de 4% no inicio da campanha e chegou ao final do segundo turno com 45% dos votos. O povo maranhense merece uma campanha limpa e repudiará atos de baixaria, creio nisso. Em vez de intrigas e fuxicos, propostas e debate sério; essa será a minha conduta.
P – Como o senhor analisa esse um ano de governo Roseana Sarney?
FD – São dez anos de governo Roseana Sarney e o mesmo modelo. Ou seja, muita mídia e poucas ações concretas, que mudem efetivamente a condição de vida dos milhões de maranhenses mais pobres. Lembro o senador Cafeteira fazendo essa crítica nos anos 90. Somos detentores dos piores indicadores sociais, mas não vemos nenhuma política pública que tenha como meta melhorar a condição social do nosso Estado. E não estou me referindo a um mero slogan, marketing, propaganda e publicidade; estou falando de um modelo de desenvolvimento para o nosso estado que priorize a justiça social e melhore a distribuição de renda em nosso estado, um novo modelo de desenvolvimento. Estou falando de um modelo de governo que não discrimine os municípios, pelo contrário, que dialogue com todos eles, independente de quem esteja à frente da prefeitura. Estou me referindo a um modelo de governo que inverta as prioridades. Isso significa dizer trabalhar para a excelência dos serviços públicos, a fim de que a população tenha acesso à educação, saúde, segurança, trabalho e renda.
P – Dá para dizer a primeira medida que o senhor tomaria se viesse a ser eleito governador?
FD – Posso apontar algumas atitudes que estarão presentes desde o primeiro dia do nosso governo. Combater duramente a corrupção. Saber ouvir o povo, com humildade. Entusiasmar e valorizar os servidores públicos e os empresários do Maranhão. Viajar permanentemente por todo o Estado para ficar próximo das comunidades. Priorizar as políticas sociais. Demonstrar diariamente aos pobres, aos pequenos, aos esquecidos, que eles têm no Palácio dos Leões um companheiro que conhece as leis e luta pelos seus direitos.
Postado em Entrevistas, por Roberto Kenard
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