A eleição no Maranhão, segundo Sorrentino

Maranhão: dois palanques favorecem Dilma e o Estado

Publicado por walter sorrentino em 24/05/2010


A esperança ainda precisa vencer no Maranhão. Com o povo que tem, a extensão do território e o volume de riquezas naturais, nada justifica os indicadores de desenvolvimento humano dos mais retardatários do país. Não é justo, não é aceitável, não é necessário.

Uma oportunidade como nunca antes se abre em outubro. Esperança de renovação política como condição para impulsionar o desenvolvimento econômico e social. Vários Estados do Nordeste tiveram essa chance e a aproveitaram, sobretudo nos anos benfazejos de Lula presidente. É hora do Maranhão. Não é questão de pressa – em que pesem quarenta anos de um mesmo grupo político no poder, com brevíssimo interregno – mas de oportunidade.

A disputa política que se institui no Estado, até no seio das forças que sustentam a caminhada de Dilma à presidência da República, é positiva e necessária. Em primeiro lugar, para a própria Dilma: dois palanques estaduais serão mais fortes que um único. É um caso em que 2 + 2 são 5: não subtrai de um lado nem de outro, e soma porque não deixa ninguém pelo caminho. Isso, num estado de divisões políticas radicalizadas, não é secundário. Em segundo lugar, favorecem o povo, indica-lhe que há mais de um caminho, além do poder que se perpetua. Sabe-se que tudo que permanece longo tempo se vicia, sobretudo em política. Isso cria visgo de interesses, bloqueia a iniciativa e a vida institucional, acaba por atrasar o desenvolvimento.

Aliás, dois palanques estaduais ocorrem em muitos Estados do país, e as forças que apóiam Dilma tiveram experiência em administrar as situações, respeito às particularidades. Também no Maranhão isso é necessário. Respeito pelo anseio de renovação presente, pela legitimidade da disputa política, e respeito entre os parceiros que sustentam Dilma. Que deixem o povo escolher a melhor via.

O Maranhão quer renovação. São poderosas e objetivas as exigências dessa renovação. Poderosas igualmente as forças que contrapõem à renovação todo tipo de obstáculos. O PCdoB nesse caso acredita ser indispensável disputar o governo para fortalecer a eleição de Dilma e o projeto nacional, com Flávio Dino.

Flávio Dino é quadro que raras vezes desabrocha no cenário político. Homem de capacidade, compromisso, inteligência, dinamismo, representatividade e liderança, sua candidatura ao governo será forte impulso para o Maranhão, para as forças progressistas desse Estado e para os interesses de todo o país.

O PCdoB e Flávio Dino dispõem-se, por isso, a sustentar o projeto de conquistar o governo com amplas forças políticas e sociais e formulando um programa de avanço para o povo maranhense. Querem representar o futuro político do Estado, promovendo uma renovação política que seja inclusiva de amplas forças, com respeito e convívio democrático em torno de projeto maior para o país, compreendendo as disputas políticas sem o sectarismo e as vicissitudes que têm marcado o cenário político no Estado. Não são anti-nada, tampouco são adesistas. Simplesmente querem reunir forças comprometidas com o futuro, mobilizar a energia das forças vivas do Maranhão, para pôr o estado em alinhamento e sintonia com o que acontece no país sob o governo Lula, e que deverá se aprofundar com Dilma Presidente. Dar, enfim, uma nova coluna para vertebrar a vida política no Maranhão.

Esse rumo tem ampla perspectivas, já demonstradas nas eleições de 2006 e 2008. PCdoB e PSB nuclearam um projeto eleitoral para 2010. Os dois encontros do PT deliberando somar-se a isso são auspiciosos, indicativos da vontade legítima da maioria e de suas bases sociais. Para além das siglas, reúnem-se ainda as forças dos movimentos sociais e da sociedade civil, prefeitos, círculos econômicos empresariais e outros partidos. Não há como socavar todo esse potencial no canal político estreito e entupido que marca a vida política no Estado. Aliás, PCdoB, PSB e PT estiveram juntos e galvanizaram a esperança para o povo porque, pela primeira vez, em 2006, se alternou o grupo político no poder do Estado das últimas quatro décadas.

Mais estrategicamente, grandes desafios se põem diante da nação brasileira neste momento. O mundo vive em aberta transição de correlação de forças, que traz instabilidades e oportunidades. A afirmação do Brasil tem se desenvolvido não sem grandes obstáculos postos pelas potências econômicas – em primeiro lugar os EUA. O mais certo nessa situação é fortalecer a esquerda brasileira, a frente de esquerda, um núcleo estratégico de esquerda no seio do futuro governo Dilma. Ao lado de assegurar governabilidade, para a qual fazem falta o PMDB e numerosas outras legendas politicamente de centro, democráticas e desenvolvimentistas do país. Essa união e fortalecimento da esquerda foi uma das reflexões apresentadas por Dilma Rousseff que levou o PCdoB a manifestar seu apoio, mais uma vez em todos os Estados. Por isso, fortalecer essas legendas, entre as quais o PCdoB, não é secundário.

Lula tem seus compromissos e devemos respeitá-los. Mas não é demais esperar do PT e de sua candidata a presidente, compreensão no sentido de que o fortalecimento dos partidos frentistas é uma premissa de qualquer aliança estratégica. Quando o PT deu as costas a esse entendimento, certo ou tarde houve prejuízo para si e para a esquerda em geral.

O PCdoB quer e vai disputar o governo do Maranhão por essa razão: fortalecer o movimento de mudança que o país vive e os maranhenses reclamam de modo profundo. O projeto do PCdoB no Maranhão é de caráter nacional. Estamos todos empenhados em lutar por ele, porque é o que melhor corresponde aos interesses da luta nacional para levar Dilma à Presidência da República, e o que mais profundamente corresponde aos interesses de renovação do desenvolvimento para o Maranhão e seu povo indômito.

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