25 de Maio de 2010 - 19h54
Flávio Dino e a vitória possível
A conformação de um campo político alternativo no Maranhão, hegemonizado pela esquerda representada pelo PCdoB, PT e PSB, é um evento de alcance histórico com potencial de virada de página. Não é a primeira vez que estas forças se unem no estado, mas seguramente é a primeira em que se aponta no horizonte uma clara possibilidade de vitória política e eleitoral.
Por Márcio Jerry*
Há um espaço político no estado que, em linhas gerais, resulta de um lado, do enfraquecimento da longa hegemonia da família Sarney, derrotada pelo voto popular em 2006 e reconduzida ao comando do Maranhão por decisão judicial em 2009; e de outro, pela frustração com o curto período governado pelo bloco liderado pelo PDT com forte presença do PSDB. É nesse contexto que se formou e ganhou destaque a forte liderança do deputado federal Flávio Dino, pré-candidato ao governo do campo democrático e popular.
O sentimento de renovação e mudança é visível na população e atestado em pesquisas. Cerca de 62% do eleitorado manifesta-se claramente predisposta a apostar num projeto capaz de arejar a cena política maranhense e conduzir o estado a um outro patamar de desenvolvimento.
Existe, ademais, um desejo difuso de alternância democrática. Afinal, desde 1965, exceto um curto período, o governo foi exercido por membros da família Sarney ou por seus aliados políticos. “É a hora da renovação e da mudança”, escuta-se por todos os cantos do Maranhão.
A pré-candidatura de Flávio Dino representa também uma alternativa local no jogo político nacional, dada a necessidade de se oferecer à candidatura presidencial de Dilma Rousseff (PT) um palanque com espaço para os movimentos sociais e os setores progressistas da sociedade que não se alinham, nem votam, na candidatura de Roseana Sarney, que também apoia Dilma. É uma candidatura, portanto, que reforça a de Dilma no Maranhão e o faz naquilo que está no centro estratégico dos desafios presentes e futuros: fortalecer a esquerda no bloco de sustentação do futuro governo.
A pré-candidatura de Flávio Dino iniciará a campanha em julho ostentando índice de intenção de voto superior a 20%, portanto com um imenso ativo político a ser explorado e transformado numa imensa, vigorosa e apaixonante onda vermelha capaz de ir ao segundo turno e à vitória final. A conclusão não deriva de uma avaliação abstrata, espontaneísta, mas está calcada na leitura do que as pesquisas apontam e, sobretudo, no entusiasmo que o nome de Flávio Dino desperta em amplos e variados setores sociais.
Por isso tudo é que se acentua a importância estratégica da aliança com o PT, já que se trata claramente de reforçar um projeto democrático e popular, eleitoralmente viável e capaz de liderar a realização de mudanças profundas num estado que, a despeito das potencialidades naturais, amarga os piores indicadores sociais de todo o país. Como se sabe, o encontro estadual do PT decidiu caminhar ao lado de seus aliados históricos PCdoB e PSB em torno da candidatura de Flávio Dino. Mas os que foram derrotados insistem em alinhar o partido ao PMDB e à candidatura de Roseana Sarney, que tentará em outubro um mandato para governar o Maranhão pela quarta vez.
A batalha do Maranhão em 2010 será entre o passado e o futuro, o moderno e o arcaico, o novo e o velho, a republicanização e a patrimonialização, entre um Maranhão forte e justo e outro atrasado e injusto. O PCdoB e seus aliados estão convictos de que está em curso uma batalha que poderá mudar profundamente os destinos do Maranhão. E desde já há nessa batalha muitos sinais de vitória.
*presidente do Comitê Municipal do PCdoB de São Luís e coordenador da campanha Flávio Dino
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