Internet e campanhas

Prossegue a campanha em favor da propaganda eleitoral paga na internet. Defesa de mercado e de lucros. Tudo legítimo. Só não entendo por qual motivo articulistas e analistas não assumem explicitamente a defesa desse ponto de vista. Têm vergonha de parecerem lobistas de empresas ? Não deveriam ter; é normal que as empresas defendam seus interesses.

Prefiro o debate claro do que a confusão intencionalmente provocada. A mais comum delas é a de que a reforma eleitoral irá censurar a internet. Falso, absolutamente falso. Estamos liberando o que é proibido, ou seja, campanha eleitoral na internet.

Cidadãos e candidatos terão ampla liberdade. Total liberdade, ressalvados o direito de resposta de vítimas de calúnias e a possibilidade de responsabilização por crimes, garantias democráticas e constitucionais. Ou não são ? Existem certos textos que parecem discordar do direito de resposta e defender a prática de crimes, em nome da liberdade. Se for isso, que explicitem as opiniões e vamos debater.

Discutimos alguma regulação apenas para as EMPRESAS de comunicação social na internet, buscando regras similares às vigentes para jornais, revistas, TV e rádio. Jornalismo é diferente de propaganda eleitoral.

Quanto à propaganda paga, o debate não é ideológico, e sim operacional. Em todas as mídias, há regras de equalização para que não prevaleça a lógica pura e simples do poder econômico. Por isso que nenhum candidato pode comprar mais que 1/8 de página de jornal, por mais rico que seja. Como garantir isso na internet ? Ou seja, propaganda paga na internet irá diminuir as chances de quem tem menos dinheiro no bolso, reduzindo o pluralismo político.

Compreendo que um mercado de milhões de reais desperte tantas emoções. Mas é preciso debater com calma e seriedade. E sobretudo lendo o que está escrito no projeto. É muito difícil discutir com quem quer ganhar no grito, difundindo que o texto da lei diz o que nele não consta.

Não haverá censura na internet. Absolutamente nenhuma. Mas o poder do dinheiro não deve prevalecer nas campanhas eleitorais. Para isso servem as leis.

2 comentários:

Chicocvenancio disse...

Flávio, então twiter, blogs pessoais, orkut, facebook e etc ficariam todos liberados para cidadãos e candidatos. Mas e blogs de colunistas como o Noblat e o Josias de Sousa? E o de colunistas independentes ligados a grupos como a IG? Caso do Luís Nassif.
Grato péla atenção,
Francisco Venancio

Flavio Dino disse...

Todos os blogueiros pessoas físicas terão as mesmas regras, logo também os mencionados por vc.

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