Dino alerta para indicadores sociais no Maranhão
Seg, 24/08/09
por mario carvalho
O deputado Flávio Dino (PCdoB) chamou hoje, na Câmara Federal, atenção para o levantamento feito pela Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan) sobre o Desenvolvimento Municipal, em que o Maranhão aparece com os piores indicadores sociais brasileiros, à frente somente do estado de Alagoas.
“Essa triste realidade deve ser exposta, debatida e politicamente enfrentada, para que seus efeitos, já sofridos por várias gerações, não permaneçam pairando como uma ameaça ao nosso futuro, como se estivéssemos eternamente condenados a repetir o passado. Falei do futuro, e por isso inicio minha análise pela educação, requisito indispensável para o desenvolvimento sustentável”, disse Flávio Dino.
Ele lembrou que em 1982, há menos de três décadas, 47% das crianças brasileiras de 8 a 9 anos de idade eram analfabetas. Segundo o deputado, os esforços para mudar essa situação já deram resultados, embora ainda se necessite de avanços, pois o Brasil chegou a 2007, com 11% das crianças de 8 e 9 anos analfabetas.
“No Nordeste, entretanto, o problema é ainda mais grave, atingindo 23% das crianças de 8 e 9 anos. No Maranhão está o pior índice do país, com 38% das crianças de 8 e 9 anos analfabetas. Sem razoável compreensão de textos simples, é claro, bastante claro, que essas crianças acabarão enfrentando enormes dificuldades no aprendizado e na futura inserção no mundo do trabalho”, complementou Flávio Dino.
Ele acrescentou que os dados sobre percentuais da população em idade escolar que frequenta a escola não são muito diferentes no Maranhão e na média nacional, mas ao examinar o percentual de alunos que aprenderam o que era esperado em cada série, o desequilíbrio assusta.
“Apenas a título de exemplo, na quarta série do ensino fundamental, 27% dos alunos em todo o país aprenderam o que era esperado em língua portuguesa — apenas 27%! No Maranhão o percentual é de 16%. Em matemática, 23% dos nossos meninos na quarta série aprenderam o que é esperado para esse nível de escolaridade. No Maranhão, apenas 12%. Isso significa que as estatísticas nacionais, que já são preocupantes, no Maranhão, chegam a ser 3 vezes piores que as verificadas no panorama nacional”, destacou o parlamentar.
Flávio Dino disse que em todo o Brasil, 45% dos jovens de 19 anos concluíram o ensino médio. No Maranhão, menos ainda, apenas 25%. “Quanto aos jovens de 16 anos que concluíram o ensino fundamental, a taxa nacional é de 60%. A do Maranhão é de 40%. Os indicadores da educação básica, portanto, demonstram pouco aproveitamento da aprendizagem, baixa qualidade e baixíssimas taxas de conclusão, principalmente em face da defasagem idade/série”, pontuou.
Ele enfatizou que os problemas nessa área não são isolados, pois integram uma realidade econômica, social e cultural que transparece em diversos outros campos de análise. “O IDH do Maranhão em 2000 era o pior entre os estados brasileiros. Cinco anos mais tarde, havíamos avançado uma posição, superando o de Alagoas, uma pequena margem, resultado agora confirmado pelo índice medido”, declarou.
Com informações da Agência Câmara
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