Uso da internet em campanha eleitoral ganha força no Congresso


Mais matéria na imprensa nacional sobre a utilização da internet em campanhas eleitorais.
Reproduzo abaixo publicação do jornal Correio do Brasil

Por Redação - de São Paulo e Brasília

O uso da internet na captação de recursos de campanha e na divulgação dos candidatos aos próximos cargos eletivos, ano que vem, começa a tomar corpo na discussão iniciada, nesta sexta-feira, por um grupo de parlamentares. A proposta do deputado Flávio Dino (PC do B) é a primeira a chegar e regula o uso de e-mails e redes sociais na rede pelos candidatos. O projeto aprimora a aplicação dos recursos disponíveis nas plataformas tecnológicas e vai além da simples página pessoal do candidato, como foi admitido por uma resolução do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), nas eleições municipais do ano passado, e que deveria ser retirada do ar logo após as eleições.

Embora os deputados ainda não tenham chegado a qualquer conclusão sobre quais projetos serão incluídos na minirreforma eleitoral prevista para este ano, com a necessária aprovação em Plenário, na próxima semana, uma vez aprovada a matéria, os futuros candidatos a presidente da República e demais cargos legislativos, estarão aptos a montar suas estratégias de campanha em soluções como o Orkut, Twitter, YouTube e blogs.

Nos EUA, ano passado, a doação de eleitores para as campanhas eleitorais dos candidatos à Casa Branca permitiu que o atual presidente norte-americano, Barack Obama, faturasse cerca de US$ 750 milhões, um recorde que parecia impossível de ser atingido quando ainda disputava as primárias democratas com Hillary Clinton. A agência de propaganda AG2 já se adiantou e deverá trazer ao Brasil, ainda este ano, o diretor de Tecnologia do Partido Democrata dos EUA, Ben Self para participar das comemorações de seus 10 anos.

Responsável pela campanha de Barack Obama na Internet, o profissional chega ao Brasil em 17 de maio e irá se reunir, tanto em Porto Alegre quanto em São Paulo, com clientes da agência digital gaúcha, empresas do terceiro setor e representantes do PT e do PSDB, segundo informações de uma página especializada em marketing, na internet.

Nas reuniões, segundo o site, Self irá falar não só da campanha que desenvolveu para Obama, um dos maiores cases mundiais de uso eficiente da internet, mas também de toda sua experiência na utilização de meios digitais em campanhas políticas.

"Na campanha, Obama fez mais do que fornecer informações: Criou uma verdadeira conversa com seus grandes apoiadores, sua linha de base, o que consistiu em mais de 13 milhões de endereços de e-mail, três milhões de amigos no Facebook, dois milhões de usuários do MyBarackObama.com e milhões de outros internautas", afirmou Self em um artigo escrito sobre a estratégia eleitoral online do atual presidente norte-americano.

Ainda segundo ele, toda a campanha foi controlada de perto, com atenção às redes sociais e respostas às mensagens enviadas por eleitores. Painéis e outros espaços online também foram criados para publicação das opiniões dos internautas, estreitando o contato com o então candidato. A proposta do deputado Dino permitirá também que os eleitores brasileiros, a exemplo dos norte-americanos, também poderão fazer doações aos candidatos.

Agências

Enquanto os parlamentares discutem, marqueteiros políticos e publicitários das principais agência de propaganda do país se articulam para que a proposta do deputado Dino, considerada a mais ampla, seja aprovada no Parlamento. Chefe da campanha do do prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (DEM), ano passado, o publicitário Moriael Paiva disse a jornalistas, nesta sexta-feira, que a proposta "é importante devido à quantidade de pessoas que usam a internet para se comunicar".

– Existe uma presença maior das pessoas na internet do que em outros meios e ignorar essa possibilidade de comunicação seria tirar várias pessoas do processo eleitoral – lembrou Paiva.

De acordo com pesquisas do instituito Ibope Nielsen Online, o número de internautas residenciais ativos (que acessam a rede ao menos uma vez ao mês) atinge o número de 25,5 milhões em abril no Brasil, uma alta de 13,6% em relação ao mesmo mês do ano passado. Esse dado, segundo Moriael Paiva, mostra que a internet "é muito mais interativa do que outros meios de comunicação".

– As pessoas não querem só receber informações, mas comentar, participar e construir os fatos. E no processo eleitoral, essas pessoas que podem ter um papel importante a favor ou contra um candidato – afirmou.

Paiva lembra, ainda, a importância de regras claras para controlar a publicação de conteúdo nestes sites de campanha.

– Tem que haver regras para disciplinar e organizar para que não haja favorecimento para nenhuma parte – concluiu.

Nenhum comentário:

Postar um comentário